segunda-feira, 19 de julho de 2010

Doce "amarga" noite


Entre passos e tropeço
deslizava no meio da multidão
como uma lebre selvagem

Do outro lado
as luzes brilhavam
num douro
que separava duas margens
de uma cidade
quase esquecida

O coração batia forte ao som
dos ruídos da festividade
sorrisos, gargalhadas
entre copos e desabafos

Sentia a presença
de uma alma perdida
de coração rasgado
em orgulho
uma presença que lhe roubou o ar
que vinha da foz
de madrugada

Estava ali
ao alcance de um dedo
mas mais longe do que nunca
do silêncio fez
a sua estrada de partida
e seguiu caminho
sem olhar para trás

Ficou com o sabor amargo
da companhia de uma noite
regada com umas gotas de água
não era para ser assim
mas foi

Não se pode escrever uma historia
quando as palavras
se perderam
um dia
talvez tenha um fim
hoje não

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