domingo, 27 de novembro de 2016

Almas gêmeas


A vida foi acontecendo
Com os porquês de sempre
Que nos fazem soluçar

Ser humano é questionar-se
Ao acordar pela manhã
Da imperfeição do nosso espelho 
Por nos mostrar o que somos
E não o que desejamos ser

Aceitar os nossos defeitos 
É uma longa batalha diária 
Encontrar quem nos aceite
Tal como somos uma sorte

Fiz da minha sorte
A vontade de sonhar
De olhos tão abertos 
Que à noite mal 
Os consigo fechar

A vida acontece lá fora 
A uma velocidade tão furiosa
Que descrever cada sorriso
Cada impulso, me é impossível 

As nossas aventuras 
Estão apenas a começar 
E o amor que um dia
Se confundiu com o fim
É o meu mais belo princípio 

[Para sempre parece pouco
Na descoberta de tal sentir]

Encontrei-te 
Encontras-te-me
Com destino 
Ou sem ele

Cidália Oliveira
(Texto & fotografia)


sábado, 13 de agosto de 2016

Eras noite

O verão caminhava
lentamente e triste
Num mar de cinzas 
Abafando o ar

{Ai lua 
Se de tanto que é minha
Também fosse tua
O silêncio gritaria
Ecos sem fim} 

A vida já não é o que era
O corpo ganha as rugas 
Que nos perseguem 
Na nova adolescência dos 30

Será que amar é isto?
Um equilíbrio entre o ter 
O medo de perder 
O deixar ir
Porque queremos demais 
Pedimos demais
E sem o ver
Perdemos

Era mais um dia

{Em que nada sei
hoje nada sinto
Para além do medo
De te amar}

Menos uma noite.

Cidália Oliveira

 (Texto e fotografia) 










sexta-feira, 10 de junho de 2016

{Des}amar{te}

A noite vai longa
Os suspiros que se soltam
Confundem-se com o vento
Que teima
Em afirmar presença
Sinais de um verão esquecido

Na escuridão
Nada se esconde
Tudo se teme
A solidão treme
entre os {meus}dentes

As palavras alinham-se
Nos {meus} lábios
A boca grita seca
Profundamente ferida

Suspiro{te}

Nada faz sentido
Tempo perdido
Amor ferido
Ego tremido

As promessas fingidas
Que levam tempo
{tempo maldito}
São falsas, injustas
Mas entranham-se no corpo
Sem hora de partirem
Sabes?

É tarde demais.

Cidália Oliveira

Texto & Photografia







terça-feira, 7 de junho de 2016

Sem destino

O que a vida nos dá 
O que pensamos possuir
É mais temporário 
Que mil ventos dispersos
Nos caminhos de ferro
Após a passagem 
de um comboio em fúria 

Nada é mais fútil 
Que perder o que nunca foi nosso
O que nem tempo tivemos de viver
Nada é mais injusto
Que esquecer os sorrisos  
De ontem
Que hoje nos confundem
E perseguem desesperadamente
quando a luz se apaga

Os porquês da nossa infância 
Atropelam-nos em adultos 
E quase que se mata o tempo
Quando ele nos sobra
[E sobra-me tanto]

Passaria dias e milhares de noites 
A procura das palavras certas 
Para descrever o indescritível 
Das perguntas erradamente feitas
Que nunca terei resposta

A viagem vai longa
A vida mais curta
Os sonhos mais distantes
E o comboio, esse?
Segue, sem destino

Cidália Oliveira

Texto&fotografia


terça-feira, 10 de maio de 2016

O dia que nunca chega

Sei de um lugar
Onde o dia
Nunca treme
Onde o verde
Domina a realidade
Dos mortais

Onde o tempo passa
E os caminhos se separam
Dias que se espaçam
Numa procura incessante
De um lugar apenas meu

A caminhada vai longa
A primavera teme em aparecer
O presente incerto
E o destino esse
Decidiu me esquecer

Sei de um lugar
Que nunca será meu
Mas que hoje
Me mostra a forma
De viver neste verde
Que nunca treme
Onde a cada passo
O meu corpo se rende

Cidália Oliveira
Texto & Fotografia




domingo, 8 de maio de 2016

Na minha pele


Demasiadas caras
Na pele de um só corpo 
Uma só alma
Uma só vontade
De adaptar a vida
As infinitas escolhas 

De lua em lua
Foi-se escondendo 
Colhendo paciência 
Entre os ramos confusos
De uma árvore que cresceu 
Com mil pontas sem rumo

Dia por dia
Olho por olho

Volto as tuas mãos 
Amor que me leva
Que me transforma
Amor a mim 
Na mais simples forma
Egocêntrica do ser
Que me assumo ser

Cidália Oliveira 



sábado, 20 de fevereiro de 2016

Desvio

{Sei de um novo lugar
Em que a magia
Se liberta de forma natural}

Para os mais cépticos seria mais fácil explicar que me perdi mais uma vez! Faz mais de um ano que não vinha aqui, e no entanto, odeio o mundo consumista e o exibicionismo que as redes sociais permitem... Por uma frase escrita se reclama um direito de ser autor! Poetas a pressão! Bom deixo me de tretas...
Voltei com um novo projecto nesta casa...
Até já!

*
Há luas e luas
Dois olhares
Que se procuram
{...}
Hoje o impossível
Confunde se com o real

Antagonismo?
Não!
Apenas amor
{♡}
*
Cidália Oliveira
O amor & as fotografias