quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Adeus doentio


Trazia na boca um sabor
de cigarro rejeitado pela saliva
dias e noites
foi somando
em números ímpares
tempo dissolvido
num silêncio caustico
arame na boca
desprezo no corpo
sombra de sempre
num olhar perdido
mentira entranhada na pele
prazo diminuído
numa lavagem de palavras
sem sentido

Seja este um último adeus
ao teu erro
um adeus doentio
que se entranha
nas palavras gastas
sussurradas, esmigalhadas
num último
copo bebido

domingo, 4 de setembro de 2011

Vermelho vestida


Tempo finito
vermelho vivo
cor de chama
em fogo

Natureza estática
verde envolto
cristalino vento
entre duas cordas

Menina eras
em tempos rotos
mulher te fizeste
em raro tempo

Saudade efémera
alimento foste
fado de poeta
poema gemido
de uma guitarra usada

Seguiu a vida
a mulher
de vermelho vestida
seguiu e segue