sábado, 28 de julho de 2012

Novas mãos nas mesmas tintas


Cidália Oliveira (Texto&Foto)

Espalhou sonhos
entre prosas de assimétricas
embaladas em folhas
de palavras irregulares

Regou uma vida
que se repetiu
em cada quebra de luar

Talhou uma melodia
de palavras soltas
com uma voz que falhou
e uns olhos que secaram
no desespero vivo
de um verão tardio

Um tempo de dois dias
em que a vida se esmoreceu
um sorriso que ficou 
um vazio que se esqueceu
uma simples reticência
numa frase incompleta

Fez-se ao silêncio

entre as páginas
de um livro
de origens apagadas
e de liberdade tremida

Respirou o mesmo ar
de ontem
com a saudade
a navegar na boca

Numa liberdade de ser

sem se questionar