terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Contra (Tempo)

Tempo
em que as flores
lhe nasceram
da boca

Brilharam os dias
secaram as noites
perdidas além mar
num ir
sem querer voltar

Efémera verdade
código perdido
nas reticências
de uma sedenta
e lenta vida

Silêncio de fundo
eco
de ponto final

Nem todo o princípio
teve um fim
mas o silêncio
esse sim

Mulher de uma noite
Poeta de um só dia
ao abrigo das palavras
de hoje e de sempre

Suspiro arrependido
luta interna
verdade estéril
entranhada
nas raízes
de um Contra
(tempo)

.
Os meus dias
afogados
nas tuas noites
.