Em dias cinzentos
regados com chuva
abafando as manhãs de verão
lentamente despertava
de mais uma noite
ou seria dia?
contava os dias
em números ímpares
numa vida fora dos limites
dava passos numa corda tremida
cada passo era incerto
existindo sempre a possibilidade
de não apoiar o pé
no sitio correcto
e o colocar no errado
seria sinónimo
do fim da caminhada
medo?
talvez
persistência?
alguma
mas não seria a vida de todos igual?
viver numa corda que treme
ao som das emoções
pensava ser controlada pelo destino
mas finalmente
toda a corda já percorrida
tem a marca dos seus pés
por isso cada passo
é apenas dela
mas o que fazia tanto tremer a corda?
mistério
tremia
mas ela não temia
e assim continuou
e continua
até...
onde os seus pés a levarem
poderia ter asas para voar
e a caminhada seria mais fácil
mas o que aprendeu
e aprende
a testar o seu equilíbrio
faz com que o que treme
aos olhos dos outros
seja estável ao olhos dela
2 comentários:
Tens um anel num dedo do pé (ora diz lá que não sou observador).
a sério? não tinha reparado...lol
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