segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Despertar sentido

Sentidos adormecidos
calcificados
mumificados
pelos rios de lágrimas
de dúvidas sentidas
no rosto de um ser
que nasceu do viver

Gravou palavras
queimou noites
soltou gemidos
nunca ouvidos
pouco entendidos
nas entrelinhas ficou
o que não quis mostrar
fechou-se em copas
numa caixa
feita papel rasgado
de desamor
perdido no tempo

De sentidos adormecidos
caminhou suavemente
abriu os olhos
numa madrugada
em que o sol queimou os céus
aquecendo-lhe o corpo
sentiu-se renascer
num calor
que lhe percorreu a pele

Sentiu vida
dentro de um coração
que sempre bateu
em silêncio

Bate coração
desperta-me os sentidos
leva-me
prende-me
nesta liberdade
que se tatuou
em tinta de dedos
num toque
apenas teu
e meu


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