Abrindo o livro da vida
virando página a página
encontrou lembranças
de tempos em que a mágoa
não era temida
predadora em noites quentes
em que o futuro
pouco importava
muito menos
o destino das suas presas
afiava as garras
em noites de lua cheia
vivia na sombra da noite
sem existência própria
passaram-se noites e noites
em que se soltava a fera
devoradora de sonhos
até que o vazio
que caminhava
entranhado na sua pele seca
a fez mudar de rumo
passaram-se dias, anos
em que as horas e os segundos
se somaram
em músicas de notas ocas
até que os papeis se inverteram
e de predadora passou a presa
mastigada e cuspida
como carne crua sem gosto
e até hoje
as lágrimas de sangue
escorrem-lhe pelo rosto
Destino?
Escolha?
O mistério fica no silêncio do oculto...
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