A maré baixa levou-lhe as mágoas
a maré alta devolveu-lhas
na areia macia ficaram as marcas
em pegadas apagadas pelo vento
que lhe acariciava o cabelo
numa dança interminável
de carícias e sensações...
Em segredos escondia-se
como se a verdade fosse inútil
guardou os seus sonhos
em linhas que percorrem o seu corpo
sem sentido aparente
mas com validade eterna
em cada centímetro de pele...
Afastava-se do espelho
para não observar as sombras
que habitavam no seu corpo
escondia-se da luz para não voltar a ter cor
vivia assim tendo como única prova
de que estava viva
o seu coração que batia...
Recebia a solidão a cada olhar desconhecido
em cada passo dentro de casa
sentia que o frio não era o mesmo
de outros invernos passados
esse vinha de dentro do seu coração
e espalhava-se no olhar
numa triste noite longe do mar...
4 comentários:
A tua luta, é tão feroz como a aflição felina,
de umas garras ameaçadas, num cenário mergulhado em palavras, no risco tóxico,
impregnado & semântico de um léxico
comum à tua:
natureza humana.
O truque é fugir antes que a maré volte a subir...
Beijo!
Fantastiscas as tuas palavras aliadas à tua imagem!! amei!!
bisus
cris
Miguel- uma natureza impossivel de contrariar...
rafi- vou pensar nisso na proxima...:P
cris- e pronto descobris-te o meu club dos poetas mortos...:P
beijo da ci para todos
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