segunda-feira, 21 de maio de 2012

Teclas tremidas

Nas teclas de um piano
em que a vibração
lhe tremeu entre os dedos
cresceu a lembrança
que foi abafando
sem saber

No olhar
viveu o desespero
de não escolher
quem quis amar

Numa boca
seca de palavras
em silêncio
esqueceu os dias
mergulhando nas noites
dos seus sentidos

Foi o que sentiu
uma sombra deixada
no rasgar da noite
cheia de vazios
no caminho estreito
que lhe percorreu a alma
e incendiou o corpo

*Segredos de mim
cobertos de ti
um sal que se dilui
nos meus olhos
e me amarga a boca *

Cidália Oliveira

2 comentários:

Daniel Aladiah disse...

Querida Cidália
Os teus curtos versos rodopiando à volta do coração.
Beijo
Daniel

Nilson Barcelli disse...

Por vezes, trocamos as voltas ao amor e depois arrependemo-nos...
Magnífico poema.
Gostei imenso.
Beijo, querida amiga.

PS: Cidália, já não vinha aqui há imenso tempo... mas mais vale tarde do que nunca...