sábado, 11 de fevereiro de 2012

Entre pontos

Estranho o beijo
que lhe roubou o tempo

Relembrou os dias
em que a poesia
lhe dançou nos dedos

Sentiu o amor
como as teclas de um piano
em que a melodia
deixou de se ouvir

Menina de escuro cabelo
de claros sonhos
sedenta de vida
procurou as águas do Douro
o corpo na foz ficou
a alma na saudade vive

As recordações
não se apagam
os amores
não se esquecem

Os porquês não se explicam
o vazio não se justifica
mas a tristeza fica
entre cada linha escrita

O sótão de memórias
é infinito
entre versos
o recordar fica descrito

.
Entre linhas
entre pontos
.