segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Abrigo (entre dedos)

Esculpidos no gelo
olhos de cristais
soltaram-se no silêncio
de um porquê perdido

Rodou a lua
num amanhecer lento
penumbra de saudade
face quente
encanto de um abrigo
entre dedos

Beijou o tempo
no compasso
de um doce relento
sonho entre folhas
de uma madrugada rugosa
misturada à poeira
que o pensamento deixou

Sentiu verdade
nas mentiras
que foi colhendo
enganou o passado
cobrindo de ouro
o presente

1 comentário:

Jaime Portela disse...

Devias continuar a escrever poesia.
Porque fazes excelentes poemas, como este.
Beijo, minha querida e "velha" amiga Ci.