quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ponto de encontro


Entre dois olhares
surgiu um ponto
entre dois pontos
um jogo de letras
gravadas nas badaladas
de palavras escritas
a luz da lua
de uma meia noite corrida
a vento ciumento

No cume do seu sentir
em que tudo aconteceu
e nada se esqueceu
o medo de ser
cercou-lhe a boca
vidrou-lhe os olhos
confundiu-lhe o gosto
em ligeiro desgosto

Do vazio fez o seu escudo
da incerteza
a calçada
por onde caminhou
prisioneira
do seu próprio corpo

As horas foram-se
somando e gravando
em fendas incertas
na corda do tempo
as estações do ano
germinado
até se apagarem
no inverno destemido

Como uma leve flor
de folhas delicadas
talhadas pelo gelo
abriu-se ao mundo
sem saber
misterioso enigma
aos olhos de quem
a observou
ao longe
bem longe

Cor nas pétalas
no sentir eterno
de um amor
perdido

Ponto de encontro
sem ponto
de um novo amor

4 comentários:

BY CRIS ABREU disse...

Lindo CI adorei...Beijinhos!!!

maltes disse...

Sabe bem amar as palavras, as tuas palavras e as imagens belas com que também nos presenteias.
Bjinho

Pitbull disse...

Ci já tinha lido alguns dos teus poemas através da tua pagina do facebook. Eles me tocam, porque neles me revejo, sinto a profundidade das palavras que neles desenhas.
Parabens e convido-te a visitar o meu espaço.

Http://palavrasbypitbull.blogspot.com

Claudio Sousa Pereira disse...

Querida Cidália Oliveira... Seus poemas sempre... impulsos poéticos através de palavras leves... Quem sabe um seu segundo livro venha reunir os poemas de lavra nova. Beijos e saudações de Godi.