Foto:Carlos Cascalheira "O maltês"
Os olhos ardiam-lhe
das horas passadas
a fixar a lua
o corpo cansou-se
de tanto esperar
numa sede de amor
secou-lhe a boca
perdera o gosto
Imaginou noites
em que tudo
foi diferente
noites em que os olhares
se tocaram
em que os sorrisos
se rasgaram
e iluminaram
a madrugada sombria
Dessa lua
colheu poeiras de sonhos
lentamente espalhou-as
para voarem livres
até as mãos
de quem for capaz
de as voltar a moldar
na forma inicial
Nessa lua
vive um rosto
no corpo que a observa
a saudade de uma boca
perdida nos dedos
do tempo
4 comentários:
Bonito poema, Ci... a saudade pode ser tão demolidora...
Aproveito para te deixar votos de um excelente 2011! Tudo de bom para ti :)
Beijinho
A saudade nunca escolheu a porta a qual bate...por vezes bate é sempre na mesma...
Uma beijoca grande e Bom ano
Moldar a poeira da saudade e fazê-la lua, apertada entre as mãos!
Belo!
Abraço
Acrescento com as mãos certas...ou nunca voltará a ter a forma inicial...
Obrigado pela visita
beijo da Ci
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